Policiais militares suspeitos de executar foragido da Justiça são indiciados por homicídio em Ourinhos
20/10/2021 13:37 em Policia
A polícia ouviu 12 pessoas, incluindo os dois policiais. Investigados continuam presos temporariamente no presídio Romão Gomes, na capital paulista
 
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou a conduta de dois policiais militares suspeitos de executar um homem foragido da Justiça, em Ourinhos (SP), no dia 20 de setembro. Uma câmera de segurança registrou o crime contra Murilo Henrique Junqueira, de 26 anosO subtenente Alexandre David Zanete, 49 anos, e o cabo João Paula Herrera de Campos, 37 anos, foram indiciados por homicídio qualificado um mês após o crime. Ao todo, a polícia ouviu 12 pessoas, incluindo os dois PMs que estão no presídio Romão Gomes, na capital paulista, e testemunhas que alegam ter visto a atuação dos PMs.
 
De acordo com o delegado Antônio José Fernandes Vieira, da Seccional de Ourinhos, em entrevista à Tv Tem, o inquérito concluiu que não houve legítima defesa, tese defendida pelos acusados do crime.
 
“No final de semana, tendo em vista o término do prazo de 30 dias, as investigações realizadas pela DIG concluíram que a alegação da legítima defesa, hipótese apresentada pelos policiais, não existiu. Ela é incompatível com as imagens e também com os depoimentos que foram colhidos”, explica o delegado.
 
“A juntada do laudo pericial das imagens permitiu a conclusão das investigações. No laudo pericial foram identificados quatro clarões provocados pelos disparos de armas de fogo, sendo três deles pelo policial que atira diretamente na vítima, e um quarto clarão pelo policial que atira para o alto”, completa.
 
Nesta semana, o Ministério Público devolveu o inquérito policial e pediu a realização de outras diligências, sendo necessária a prorrogação da investigação por mais 30 dias.
 
Apesar da continuação dos trabalhos, os indivíduos continuarão presos temporariamente, com a possibilidade de conversão da prisão temporária em preventiva.
 
“Eles permanecem presos por mais 30 dias e as diligências, que foram requisitadas pelo Ministério Público, dizem respeito a laudos periciais que ainda estão faltando”, disse o delegado à Tv Tem.
 
Em relação à arma utilizada, o delegado destacou que, durante toda a investigação, não foi constatada a retirada do objeto da vítima, tese que, a princípio, foi levantada pelos policiais, que teriam reagido a uma ação do foragido.
 
“Em todas as imagens coletadas não se observa. Ou seja, alguém retirando do corpo da vítima ou apresentando a outro policial. Então isso continuará sendo investigado para saber a origem, tanto que foi pedido o exame de DNA não somente na arma, mas também nas munições para saber quem a manuseou”, completa o delegado.
 
 
Fonte: G1
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