Com salários abaixo do mínimo, trabalhadores do quadro de apoio das escolas estaduais fazem protesto
08/11/2021 10:31 em Educação

Em Ourinhos/SP os servidores fizeram atos em frente à Diretoria de Ensino e vieram à imprensa para divulgar suas bandeiras de luta

Não é apenas com professores e alunos que se faz uma unidade escolar, há toda uma estrutura de apoio que funciona para que documentos, estrutura, insumos e toda uma gama de logística permita aos educadores realizarem seus trabalhos. Parte dessa estrutura não parou de funcionar nem um dia, mesmo quando as férias foram antecipadas e quando as aulas estavam sendo realizadas no sistema remoto: secretários de escola, agentes de administração escolar, agentes de organização escolar e gerentes de organização escolar. No entanto, embora sejam essenciais e realizem um trabalho de suma importância, há pessoas nessas funções que hoje recebem vencimentos menores que o salário mínimo e estão excluídos de diversos benefícios trabalhistas.

Líderes sindicais e trabalhadores do quadro de apoio em todo o estado de São Paulo realizaram manifestações no último dia 3 de novembro para esclarecer à sociedade as condições de defasagem pela qual têm passado e apresentar ao executivo estadual sua pauta de reivindicações. Em Ourinhos os manifestantes protocolaram um documento na Diretoria de Ensino e fizeram manifestações, além de promoverem um mutirão de doação de sangue.

 

Ato em frente à Diretoria de Ensino na tarde da quarta-feira, 3/11

 

A Afuse (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo), já havia realizado um ato de protesto no dia 18 de outubro, após o Governo de São Paulo ter dado um abono salarial para professores e diretores, deixando os membros do quadro de apoio sem nenhuma gratificação e a cerca de sete anos sem reajuste salarial.

 

Por meio de suas mídias sociais, o sindicato afirma que a Secretaria de Educação foi procurada e informou que estaria aberta para o diálogo, mas havia dito que o novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) do Governo Federal era o motivo pelo qual não era possível incluir os funcionários das escolas no abono salarial.

A pasta também teria prometido a valorização da categoria através do Projeto de Lei Complementar nº 26, aprovado em primeira discussão pelos deputados no último dia 21. No entanto, as últimas atitudes da Secretaria deixaram os trabalhadores do quadro de apoio extremamente insatisfeitos.

Eliseu Dimas Ferreira e Gisele Seno Martins Silveira, ambos exercendo a função de gerente de organização escolar em unidades pertencentes à Diretoria de Ensino de Ourinhos, conversaram com o Jornal Negocião sobre os motivos das manifestações – segundo eles, um agente de organização escolar ganha pouco mais de mil reais por mês e, mesmo com interferência do sindicato, a Secretaria de Educação pouco tem respondido aos pedidos de um aumento real: “o tal abono foi concedido ao quadro do magistério (professores, diretores, supervisores, dirigentes regionais), chegando a até 16 mil reais, mas deixou o quadro de apoio de fora”, afirma Gisele.

 

Para marcar a data, os manifestantes promoveram também uma ‘doação de sangue solidária’

 

“Atualmente os agentes de organização escolar recebem R$ 1.005,79, valor menor que o salário mínimo (…) a gratificação pro labore pelo exercício da função de Gerente de Organização Escolar sofreu redução, de 1.061,00 para cerca de 970,00 (…) a lista não para por aí, há outras tantas questões que acabam deixando toda uma categoria profissional sem perspectivas”, completa Eliseu.

 

Fonte:Jornal Negocião

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