Ações de vacinas tiveram pico de negociação em 2020; veja as que mais renderam
14/05/2021 16:15 em Saúde

Muitos investidores buscaram, naturalmente, ações dessas farmacêuticas para compor suas carteiras de investimentos

 

Finanças e saúde foram protagonistas inequívocos do ano de 2020. Enquanto a pandemia do novo coronavírus avançava ao redor do globo e obrigava países a fecharem suas portas, governos passaram a injetar liquidez na economia para tentar mitigar os efeitos paralisantes da crise.

O vírus continuou avançando e castigando diversas regiões do globo, o que fez com que empresas farmacêuticas e de biotecnologia iniciassem uma corrida pelo desenvolvimento de imunizantes que, de alguma forma, ajudassem a travar a proliferação da Covid-19 pelo mundo.

Paralelamente, com a ajuda dos auxílios governamentais e, no caso brasileiro, com as taxas de juros em níveis historicamente baixos, uma nova parcela da população passou a ver o mercado acionário como uma possibilidade de auferir ganhos. Além, é claro, dos investidores experientes, que já estavam de olho no ambiente.

Ou seja, muitos investidores buscaram, naturalmente, ações dessas farmacêuticas para compor suas carteiras de investimentos. É o que mostra um levantamento da Stake, plataforma que permite investir em ativos internacionais, feito com exclusividade para o CNN Brasil Business

Presente em quatro países (Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra e Brasil) e atendendo cerca de 350 mil clientes, a startup analisou o volume de negociações na plataforma de cinco das principais empresas envolvidas no processo: Pfizer, BioNTech, AstraZeneca, Johnson & Johnson e Novavax.

À primeira vista, já é possível notar que, dos US$ 95 milhões transacionados nos papéis das marcas entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, quase US$ 70 milhões ocorreram no terceiro e quarto trimestre de 2020, quando os imunizantes apresentaram resultados decisivos para sua utilização em massa.

A Moderna, que não era uma potência consolidada como algumas de suas principais rivais, foi a primeira fabricante que se destacou, antes mesmo do período de maior volume. Outra "novata", a Novavax, seguiu o mesmo caminho, mesmo com processo em estágios menos avançados.

Dados do Refinitiv mostram que os papéis da NVAX saltaram 513% no segundo semestre de 2020, enquanto MRNA avançou outros 113% no período. O maior salto de PFE foi de 12,23%, e já no terceiro trimestre do ano passado.

"Todas as companhias tiveram impacto no período, mas empresas maiores, como Pfizer e Johnson & Johnson, que têm outras linhas de negócios, naturalmente sentem menos esse tipo de variação. A Novavax, que não tinha outro core business, disparou", pontua Paulo Kulikovsky, diretor de operações da Stake no Brasil.

Até o final do ano, os maiores fabricantes de vacinas avançaram e também estavam engajados nos estágios finais de seus testes, com os primeiros resultados já disponíveis em novembro. A Moderna relatou uma taxa de eficácia de 94,1%, enquanto a Pfizer atestou 95% para o seu produto. Aqui tivemos o pico de negociações.

Então, veio dezembro, com um lembrete sobre a fragilidade da situação. Enquanto Estados Unidos e Reino Unido avançavam rapidamente na liberação dos imunizantes, outras cepas do vírus começaram a ser descobertas ao redor do globo. Algumas delas brasileiras, inclusive. 

Isso naturalmente impactou as expectativas do mercado e limitou os avanços das empresas até aqui, assim como limitações na produção e escoamento de produtos. Apesar disso, e conforme os testes se tornam mais abrangentes, as companhias podem voltar a atrair novos investidores.

"Essas ações ainda estão nos seus picos históricos ou próximas disso, mas ainda temos muitas incertezas. Quando, por exemplo, um imunizante é aprovado pelos reguladores para ser utilizado em novas categorias (jovens, gestantes, pacientes com comorbidades), isso pode ter um impacto", diz Kulikovsky.

 
COMENTÁRIOS