Os desafios das pessoas que vivem com asma no Brasil
13/08/2021 15:46 em Saúde

Programa mostra a realidade de pacientes jovens e adultos que têm a doença respiratória; problema atinge cerca de 262 mil pessoas no mundo, segundo a OMS

O CNN Sinais Vitais, desta semana vai mostrar como a realidade de pacientes jovens e adultos que vivem com asma. Cerca de 262 mil pessoas em todo o mundo sofrem com a doença inflamatória que atinge as vias aéreas, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, a asma é a quarta maior causa de internações do Sistema Único de Saúde (SUS), com 350 mil casos por ano. Segundo a OMS, o Brasil está entre os 45 países mais poluídos do mundo, fator que pode piorar os casos de asma.

CNN Sinais Vitais, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, vai ao ar na quarta-feira (11), às 22h30, logo após o Jornal da CNN, na faixa nobre da CNN Brasil.

Participam do episódio alguns dos especialistas mais renomados do Brasil, como o professor titular da pneumologia da Faculdade de Medicina e pneumologista, Rogério Souza, a psicóloga Maria Alice Fontes e o médico patologista Paulo Saldiva.

“A asma é uma doença inflamatória, que faz com que a via aérea tenha uma limitação ao fluxo. E quando ela fecha, há um estreitamento da passagem do ar, o que pode causar falta de ar, chiado no peito e pode levar a crises de falta de ar”, explicou Rogério (veja entrevista no vídeo acima).

Segundo o médico, o desenvolvimento da asma pode estar relacionado a histórico da doença na família e exposição a fatores do ambiente, como a poluição.

Ansiedade x asma

No episódio, a psicóloga Maria Alice Fontes explica como fatores do dia a dia, como o estresse e a ansiedade, podem ser gatilhos para as crises asmáticas. “A asma é muito suscetível a situações de estresse. Pessoas que já tenham algum problema anterior, pulmonar, acabam piorando a situação diante de um estresse", conta Maria.

A psicóloga alerta que pessoas com tendência à ansiedade podem ter crises que disparam a estimulação do hormônio adrenalina no organismo. No caso de pessoas asmáticas, a reação pode ser mais grave.

O programa traz a informação de que cerca de 3,7% dos pacientes que vivem com asma enfrentam a forma grave da doença. Os dados são do Grupo Brasileiro de Asma Grave.

O médico patologista Paulo Saldiva explica que as pessoas com asma são mais sensíveis às variações do ambiente. "Quando cai a temperatura, quando cai a umidade e quando respira poluente. Ela provoca uma inflamação subclínica em todos nós. E o asmático reage mais”.

Durante a entrevista, o médico revelou seu sofrimento com a doença. “Tive a minha primeira crise aos cinco anos de idade. Não tinha bombinha. A crise persistia por horas, dias. Eu ficava acamado e muito ansioso, porque a crise de asma te impõe um sentimento de fragilidade e insegurança. E eu usei da asma como eu desafio. E, felizmente, hoje eu consigo viver razoavelmente bem com a asma e com o esporte que me ajudou muito”.  

Orientação aos pacientes

A equipe da CNN viajou até Salvador para mostrar o trabalho desenvolvido pela Fundação ProAr. A instituição é o programa de controle de asma na Bahia idealizado em 2003 pelos médicos Álvaro Cruz e Adelmir Souza Machado, junto de uma equipe multiprofissional de alunos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O programa tem o objetivo de expandir o acesso ao diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias crônicas, como a asma. Nos seus primeiros anos, os especialistas conseguiram reduzir em 74% as internações no estado. O ProAr oferece tratamento e, principalmente, educação para os pacientes no tratamento e controle da doença em casa.

Em São Paulo, o CNN Sinais Vitais acompanha o trabalho do Centro de Reabilitação de Doenças Pulmonares, localizado no Hospital das Clínicas. No espaço, pacientes asmáticos passam por uma série de exercícios orientados por fisioterapeutas para diminuir a falta de ar.

 
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