Governo Biden autoriza uso de tecidos fetais em pesquisas biomédicas
22/04/2021 10:13 em Internacional

O governo Joe Biden liberou o uso de tecidos fetais obtidos em abortos para pesquisas científicas e clínicas nos Estados Unidos, revertendo uma decisão tomada durante a administração de Donald Trump.

O Instituto Nacional de Saúde (NIH na sigla em inglês) avisou seus colaboradores que a proibição de financiar com verbas públicas pesquisas com tecidos fetais estava suspensa. A medida era uma promessa de campanha de Biden, que abraçou a causa abortista como uma bandeira.

Em 2019, Trump havia bloqueado o uso de recursos públicos para o financiamento de pesquisas biomédicas que envolvessem o uso de tecidos fetais, reforçando sua postura contrária ao aborto.

De acordo com informações do jornal The Washington Post, cientistas e seus representantes que criticaram as regras da administração de Trump estão comemorando a mudança. Enquanto isso, os oponentes ao aborto lamentam que as regras tenham sido mudadas.

“A comunidade científica aprecia que o governo Biden está suspendendo as restrições arbitrárias sobre a promissora pesquisa biomédica usando tecido fetal humano”, disse Christine Mummery, presidente da Sociedade Internacional para Pesquisa em Células-Tronco. Ela acrescentou que a medida foi um “retorno à formulação de políticas com base em evidências”.

Pró-vida

Tom McClusky, presidente do movimento Marcha pela Vida, disse que as novas regras para pesquisa representam “uma violação grosseira da dignidade humana”, e pontuou que a mudança termina por estimular “um mercado para partes do corpo de bebês abortados”.

Já David Prentice, outro membro do conselho consultivo de ética e diretor de pesquisa do Instituto Antiaborto Charlotte Lozier, disse: “É uma triste reviravolta. […] Agora, os fundos do contribuinte serão usados ​​para pesquisas que apresentam pouca ética e pouca ciência. Acabamos de recuar de qualquer tipo de consideração ética em torno deste problema”, lamentou.

“Estamos traficando tecido fetal abortado para experimentos antiquados”, acrescentou Prentice, pontuando que o tecido fetal é menos eficaz na pesquisa do que as células-tronco adultas, grupos de células cultivadas artificialmente conhecidas como organoides e outros materiais não derivados de fetos abortados.

COMENTÁRIOS