Dólar cai abaixo de R$ 5 em "super quarta" turbinada; Ibovespa recua
16/06/2021 13:21 em Internacional

Decisões do Fed e do Copom, MP da Eletrobras e vencimento de opções movimentam o dia

 

À espera de uma "super quarta" animada, o dólar garantia a alegria de investidores ao cair abaixo de R$ 5 no pregão de hoje (16). Às 12h52, a moeda norte-americana recuava 0,95%, para R$ 4,9976.

Na B3, o Ibovespa tinha pouca variação na abertura do pregão, mas firmou queda logo em seguida. Às 12h53 o índice recuava 0,17%, aos 129.868 pontos.

Internamente, o mercado aguarda decisão do Copom, marcada para às 18h. O Comitê deve anunciar mais um reajuste à taxa Selic para tentar conter o avanço da inflação. Resta saber se de 0,75 p.p. ou 1 ponto.

A perspectiva de um posicionamento mais duro da autarquia tende a favorecer a moeda doméstica, segundo especialistas..

Investidores também olham para a MP da Eletrobras, que deve ser votada no Senado mas ainda não é um consenso entre os parlamentares, e para os vencimentos de opções sobre Ibovespa e Ibovespa Futuro. As ações da estatal de energia (ELET3, ELET6) caíam entre 0,11% e 1,42% 

Já o Fed anuncia sua decisão às 15h (de Brasília). Não há expectativas de mudanças na política monetária, mas o BC americano vai divulgar novas projeções econômicas e para a trajetória dos juros, e seu presidente, Jerome Powell, falará sobre a conjuntura econômica dos EUA. Interessa saber se Powell ainda avalia que o salto da inflação nos EUA continua sendo temporário, após mais um mês de CPI e PPI nos maiores níveis em mais de uma década.

Destaques da Bolsa 

O leve recuo no Ibovespa acontecia apesar de declínio de 2,2% nas ações da Vale (VALE3) depois que os futuros do minério de ferro caíram na China. Além disso, credores da Samarco entraram na Justiça contra financiamento adicional de 1,2 bilhão de reais da Vale e da BHP, sócias na Samarco.

As ações do Banco Inter (BIDI11) avançavam 7% depois do anúncio de follow-on de até R$ 5,5 bilhões. O conselho de administração da empresa aprovou uma oferta subsequente de ações que terá a Stone como principal investidor, colocando R$ 2,5 bilhões na operação. 

As ações da B3 (B3SA3) subiam 1,7%, engatando mais uma sessão de recuperação, após sofrer recentemente com ruídos envolvendo um eventual novo competidor, bem como alguma acomodação nos volumes de negociação de ações.

A maior queda ficava por conta da CSN (CSNA3), que caía 3,89% após queda no minério de ferro. O setor todo era afetado, com Gerdau (GGBR4) recuando 3,3% e Usiminas (USIM5) caindo 2,1%.

Lá fora

O S&P 500 e o Nasdaq abriram um pouco abaixo de suas máximas recordes nesta quarta-feira, com os investidores ansiosos antes de possíveis sugestões do Federal Reserve sobre quando reduzirá seu enorme estímulo monetário.

O S&P 500 abriu com variação positiva de 0,05%, a 4.248,87 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subia 0,09%, a 14.085,55 pontos. O Dow Jones tinha variação positiva de 0,03%, a 34.308,48 pontos.

Já as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa com investidores demonstrando cautela antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,51% em Tóquio nesta quarta, a 29.291,01 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,70% em Hong Kong, a 28.436,84 pontos, e o Taiex registrou perda de 0,37% em Taiwan, a 17.307,86 pontos.

Na China continental, os mercados também ficaram no vermelho nesta quarta-feira, pressionados por ações de montadoras, mineradoras e ligadas à energia renovável. O Xangai Composto recuou 1,07%, a 3.518,33 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda mais expressiva, de 2,32%, a 2.332,41 pontos.

No começo da madrugada, autoridades chinesas revelaram que planejam liberar lotes de cobre, alumínio, zinco e outras reservas nacionais no futuro próximo, numa tentativa de conter a tendência de forte alta nos preços de commodities, à medida que a economia global se recupera dos efeitos da pandemia de Covid-19.

Também foram divulgados os últimos números da indústria e varejo da China, mas os dados saíram com horas de atraso, quando as bolsas locais já estavam fechando. Em maio, a produção industrial chinesa teve expansão anual de 8,8%, como se previa, enquanto as vendas no varejo saltaram 12,4%, mas ficaram abaixo da projeção de alta de 13,6%.

Exceção na Ásia, o sul-coreano Kospi subiu 0,62% em Seul, para a nova máxima histórica de 3.278,68 pontos e acumulando ganhos por cinco pregões consecutivos.

Na Oceania, a bolsa australiana subiu apenas marginalmente hoje, mas garantiu novo fechamento recorde. O S&P/ASX 200 mostrou leve avanço de 0,09% em Sydney, ao patamar inédito de 7.386,20 pontos, embora tenha perdido força com o plano chinês de liberar reservas de metais. 

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